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Eu queria te odiar só um pouquinho. Eu queria que você me amasse tão cegamente, ao ponto de amar por dois. Queria que você ficasse com uma vontade de me ligar a cada instante e tivesse medo. Medo de quem iria atender, medo se eu iria atender e medo da minha voz do outro lado da linha. Eu queria te causar todos esses sentimentos que dão esse aperto no estômago e no coração. E eu queria, que ao menos uma vez você olhasse e percebesse que sempre fui eu. Eu sempre fui a pessoa que você sempre quis e por maior o ódio e fúria que eu te cause algumas horas ao dia, você precisa de mim e assim você teria medo. Medo de me magoar, medo de bagunçar tudo que tá aqui dentro e por alguns instantes, você iria fazer alguma coisa errada e eu, aparentemente não iria me importar e assim, você teria motivos a mais para se sentir mal. Queria que você abrisse a geladeira para se lembrar de alguma coisa, e se lembrasse do meu sorriso e da minha risada escandalosa e desse uma saudade boa, sabe? Aquela que acontece quando a gente sabe que algo bom não permaneceu, mas bem que poderia ter. E quando eu fosse embora, eu queria que você fosse atrás berrando e dizendo besteiras que me fariam voltar, depois me levasse pra ver um filme bem sem graça no cinema ou talvez me levasse para um bar qualquer no centro da cidade e quando eu voltasse pra casa e falasse que não queria ficar sozinha, por mais que você precisasse trabalhar amanhã, tivesse prova do enem ou qualquer coisa, você ficasse e assim nós iríamos perder o sono conversando sobre qualquer coisa que não faça o menor sentido até as 4 horas da manhã, e quando você acordasse atrasado, sairia de fininho pra não me acordar no sábado de manhã e à tarde, você voltaria. Você sempre voltaria, não por obrigação mas sim porque precisa de mim, uma necessidade que nem a de comer ou respirar, você precisaria de mim para suprir a sua carência e fazer com que você se sinta especial. Eu gostaria, que ao menos você sentisse um pouco do que eu sinto por ti.
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